segunda-feira, 28 de abril de 2014

Insaneana Brasileira Número 24 - Só Segundo A.G.

Só. Entre grandes feridas abertas dum tempo não tão bom. Só. Entre lágrimas escorridas lentamente duma oportunidade inoportunamente perdida. Dois segundos acabam com o sonho. Só. Entre ratos e urubus fantasiados de gentis-homens da nossa alta sociedade burguesa e falsa moralistas. São os moluscos agarrados em suas pedras. Só. Os ventos mudam de direção à cada suspiro que exagerou em sua própria morte. E fadados aos erros os sábios gargalham sem motivo plausível algum. O bom-senso pulou amarelinha e teve um incidente fatal. Há fantasmas no porão e no sótão:  é só escolher o que será o prato do dia. A tosse aumenta à proporção que a fumaça entra pelas narinas. E as reclamações manifestam-se debalde em protestos modistas. É tempo de chorar em largos passos e fazer bolhas de sabão artisticamente desenhadas em superfícies curvamente planas de papel laminado. Só. É tempo de pegarmos nossas bíblias de bolso e descobrirmos a nova maldição que vem por aí. Nada se confessa perante o flagrante peso da leveza das manhãs com olhos semicerrados. Ainda há sono e muito sono guardado de noites de convulsão e gratas surpresas. Elas querem é gozar. Façam isto por elas. E a herança do vazio virá no tempo certo. É algum dia e nada mais. Só. São palavras dificultosas que fazem o novo grego de velhos homens. E por mais que pensemos em respostas razoáveis é ao insólito que prestaremos o novo culto em altares de papel ou de chips. É o novo que vem disfarçando suas rugas e tramas. São as contas atrasadas que provocaram a taquicardia das coisas desnecessárias. Só. Com o câncer recomendado pelos médicos em caso de naufrágio de barquinhos de papel. É o réu que assinou sua confissão em branco. E são os atos humanamente idiotas como o resto da espécie. Tudo segue a mesma estrada. E que vai dar? Vai dar em claros labirintos sem minotauros e sem rastros na areia lavada da chuva. Pequenos rios formados pelas chuvas em solitárias ruas de barro. E haja adjetivos para o tempo que passou sorrateiro. Só. Não eram claros os teus olhos mas eram bonitos. E teu sorriso dava fome como se o tesão viesse no canto da boca. Era tudo. E me arrebento do grito que engoli me sufocando como em mais outras vezes. Ocus pocus abracadabra pelo de cabra. É a mágica do sininho de cabrito que zombava em belos sons. Não sabemos dizer se partiu ou ficou. Só. A. G. E nada mais...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...