Só. Entre grandes feridas abertas dum tempo não tão bom. Só. Entre lágrimas escorridas lentamente duma oportunidade inoportunamente perdida. Dois segundos acabam com o sonho. Só. Entre ratos e urubus fantasiados de gentis-homens da nossa alta sociedade burguesa e falsa moralistas. São os moluscos agarrados em suas pedras. Só. Os ventos mudam de direção à cada suspiro que exagerou em sua própria morte. E fadados aos erros os sábios gargalham sem motivo plausível algum. O bom-senso pulou amarelinha e teve um incidente fatal. Há fantasmas no porão e no sótão: é só escolher o que será o prato do dia. A tosse aumenta à proporção que a fumaça entra pelas narinas. E as reclamações manifestam-se debalde em protestos modistas. É tempo de chorar em largos passos e fazer bolhas de sabão artisticamente desenhadas em superfícies curvamente planas de papel laminado. Só. É tempo de pegarmos nossas bíblias de bolso e descobrirmos a nova maldição que vem por aí. Nada se confessa perante o flagrante peso da leveza das manhãs com olhos semicerrados. Ainda há sono e muito sono guardado de noites de convulsão e gratas surpresas. Elas querem é gozar. Façam isto por elas. E a herança do vazio virá no tempo certo. É algum dia e nada mais. Só. São palavras dificultosas que fazem o novo grego de velhos homens. E por mais que pensemos em respostas razoáveis é ao insólito que prestaremos o novo culto em altares de papel ou de chips. É o novo que vem disfarçando suas rugas e tramas. São as contas atrasadas que provocaram a taquicardia das coisas desnecessárias. Só. Com o câncer recomendado pelos médicos em caso de naufrágio de barquinhos de papel. É o réu que assinou sua confissão em branco. E são os atos humanamente idiotas como o resto da espécie. Tudo segue a mesma estrada. E que vai dar? Vai dar em claros labirintos sem minotauros e sem rastros na areia lavada da chuva. Pequenos rios formados pelas chuvas em solitárias ruas de barro. E haja adjetivos para o tempo que passou sorrateiro. Só. Não eram claros os teus olhos mas eram bonitos. E teu sorriso dava fome como se o tesão viesse no canto da boca. Era tudo. E me arrebento do grito que engoli me sufocando como em mais outras vezes. Ocus pocus abracadabra pelo de cabra. É a mágica do sininho de cabrito que zombava em belos sons. Não sabemos dizer se partiu ou ficou. Só. A. G. E nada mais...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
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Ah! Isso Pra Mim É Tira-Gosto...
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