Um olho vazado e uma confusão dos diabos de números e datas. A cruz trouxe os pesadelos e os vai levar. Barro é a cor do mundo. E chuvas marcaram mais que inúmeros sóis. O resto é apenas umas fogueirinhas de mato seco e papel pegado. É uma grande procissão que segue adiante e o casaco atrapalha ou até não. Não deixem de assistir o programa pra depois me contar. Os azulejos brilham brancamente em um amarelo pálido que dá gosto de se ver. Era meu o tempo e a solidão brincou comigo o tempo todo. Uma sofreguidão danada por algo que era norte e sul ao mesmo tempo e que não deu em nada. São pesadelos quando muito e em outras eras distantes as cicatrizes eram grandes feridas abertas. Eis o filósofo com sua capa de cobertor e sonhos indescritíveis para se contar. A espada também brande entre rodopios de vento que fazem muito e mais ainda barulho. Cantemos quantas vezes forem necessárias e deixemos de lado uma amizade sólida com a gramática careta. Não há recursos e águas secam dos leitos dos rios e só uma lagoa imaginária de sonos maldormidos pode nos dar alento. Tudo foi e nada foi. Ficamos por aí estendidos no confortável e gelado sofá de inúmeros desenhos. Marte será invadido brevemente e na mercearia do português está em falta. Cambalhotas sim e piruetas também num grande pântano que até alguma vez deu medo. Olhem e olhem quantas vezes olharem com algum olho. Peçam e peçam desesperadamente aquilo que não pode ser atendido por vias normais de burocracia e jeito ternamente cruel. Não controlamos as palavras e elas se aproveitam disto e nos vão empurrando docemente ao abismo de superlativos e figuras mal arranjadas. A casa está assombrada por nossos próprios fantasmas e nem damos conta disso. A bebida chegou na boca antes do copo e não sei se isto entristece ou alegra mais. Atenda a porta porque lá fora não há ninguém chamando. O risco de fazer um mau riscado é exageradamente exagerado. Só se arrependa quando muito dos cinco minutos atrasados teimando em não ir. Na sala de espera fumamos nervosamente charutos cubanos e secamos as mãos e a testa no veludo mais caro. Ouça o que a letra da música diz e se esforce para não entender mais nada. O corregedor já corrigiu as coisas e tudo ficou mais facilmente enigmático. É isso que podemos fazer e falta outro qualquer tom. Não há outro socorro que um desprezo disfarçado em joviais conversas. Meio mundo está na nossa boca e o outro meio mundo acabou de cair no chão. As coisa todas importavam um dia e depois já não importam bem mais. É uma colheita feliz esse nosso jogo de dardos quando miramos ao alvo e acertamos nós mesmos. Quase todo pecado é perdoável à não ser que ferimos os sonhos sem querer ou não. É um luxo estes teus cabelos modificadamente insanos e esteticamente intolerados. Ouça bem esse silêncio quase todo o tempo e não diga mais nada...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
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