sábado, 26 de abril de 2014

Teoria do Caos


No começo era o começo
E o começo era aquilo que é
De verbos sem endereço
E a bola rolando no pé
Num pé de laranja lima
Num pé de vento audaz
E as mudanças do clima
Me faziam da cor lilás
E do lilás nasceu o luto
E do luto nasceu a questão
De como pode ser bruto
O mais nobre coração
No começa já era cansado
Já velho por natureza
E a rima já tinha marcado
A mais certa incerteza
Vamos ver o comercial
Na intimidade da praça
Um anjo cara de pau
Vem trazendo a cachaça
Escravos voluntários
Voam zunindo em bando
Só há um e são vários
É a canção de Orlando
É a canção sem os dentes
E a canção sem leitura
Os macacos meus parentes
Num sol da noite escura
Eu rio quando sou barro
Eu rio até sem entender
A lida é um grande sarro
No mercado vamos vender
Eu xingo em esperanto
Eu durmo enquanto vigio
Eu rio de tanto pranto
Toda vez que estou no cio
Ora veja ora essa ora bolas
Eu já virei um encantado
Me dê todas as esmolas
Eu acho muito engraçado
Eu não sou contraditório
Sempre fui contradição
A terra é meu escritório
O mundo é minha nação
A natureza é natural
Guarde consigo o segredo
E a noite tem o bacurau
Mamãe socorre tenho medo
A espiralada sempre espiral
Vai tomando proporção
Em agosto tem carnaval
Só depende da promoção
É ver o peso sem o peso
Assim caminha a humanidade
Eu até fiquei surpreso
Quando soube a minha idade
Ponto final ponto final
Até a próxima parada
Bacanal bacanal bacanal
E mais nada mais nada!

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