sábado, 8 de setembro de 2012

Teoria do Ser


Haviam seres e haviam coisas. Coisas que posso ou não descrever. Em versos longos ou gestos mudos. A presença ou a falta de você. E é um símbolo em cada gesto. Seja carinho ou seja protesto. Mesmo choro contido ou riso aberto. Tudo muito longe ou muito perto. E o luto de qualquer cor. Simbologia. Mas quem diria. Ainda persiste e insiste o amor. E eu sabia ou não sabia. Se era noite ou era dia. O resultado antecipado da dor. E os seres eternos e as coisas também. Ferozes e ternos. Lá fora ou internos. Ave Maria, Amem.
Haviam seres e haviam coisas. Tudo é e tudo será. O que existe é que não existe. O que não existe hei de encontrar. Dispensa a rima. Que ela já é. Tudo rima e há de rimar. Amar o mar. Partir voar. Tudo é jeito de encontrar. Declaro que não declaro. Proclamo o que mais amo. O que é comum e o que é raro. Como um tiro que disparo. Meu caro. Em versos chamo. Em versos sabidos. Mal feitos e bem concebidos. Que serão lidos ou não. São detestáveis ou são adoráveis. Mas são.
Haviam seres e haviam coisas. Coisas que posso ou não descrever. Banais estrelas. Que bom é vê-las. Estrelas boas do meu querer. Lá estão. Lá estarão. Mesmo depois. Feitas à mão. Pra nós dois. Pra nós três. Pra nós tudo. E eu mudo mudo. Toda letra de uma canção. Divino acorde. Ou me acorde. Ou deixe o sono. O sono falta. A febre é alta. Ou é problema de coração.
Haviam seres e haviam coisas. Tudo tem fim e é infindo. Chorando e rindo. Porque tudo que existe. Nisso consiste. Bom e bom entretanto. E se há espanto e canto. Tudo canta e encanta. Tudo é um canto e é uma dança. Uma grande dança. Deus vai dançando e sorrindo. Nós dançamos. Aqui estamos. Sem precisar sair do lugar. Onde é que está? No mesmo lugar que você deixou. Nos sonhos que você sonhou. Que eu sonhei. Que hoje sei mesmo se não sei.
Haviam seres e haviam coisas. E escrever sobre elas fez o caminho. Um caminho de pedras ou flores. Ou muitas pedras com flores. Muitas cores. Cada detalhe é pintura. E nessa altura. Os olhos já vivem por si. Independentes. Frias ou quentes. Iguais por serem diferentes. Tantas vezes são. Mesmo doentes. Vão-se os anéis. Ficam-se os dentes. Estamos contentes. Zero ou um. Mesmo no nada existe algum. 
Haviam seres e haviam coisas. Na passarela. Ou nos covis. Há mais aquarelas. Nos meus Brasis. O japonês  dança samba. É bamba. E o procissão segue em frente. Fria e quente. Experimente. O produto novo. E um povo que se levanta com o galo. Eu falo ou calo. Em desordem desordenada. A escada. Não serve só pra subir. É pra vir. Aqui onde estamos. Que planos? Mostrar o há que sob os panos. Já tem anos. 
Haviam seres e haviam coisas... 

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