domingo, 23 de setembro de 2012

Como Um Cão


Como um cão vadio conhecendo ruas, vendo coisas e lugares. Todas as ruas são minhas, sem que nelas exista idade ou tempo. Vejo casas e pessoas, e acabo sabendo de suas histórias e seus dramas. Por mais que se fale ou não, no fundo todo mundo acaba mostrando sua história. Cada uma delas me faz rir e chorar ao mesmo tempo.
Como um cão vendo o sol. A realidade de todas as cores. E o próprio sol fazendo seu papel. Nu em dias quentes e desconhecido quando não aparece mais está lá. Muitas pipas voam no céu e muitas bolas rolam no chão, sejam de papel, couro ou vidro. São os dias, tão iguais e ao mesmo tempo tão singulares, esquecidos, mas sempre eternos.
Como um cão nas sombras da noite. Olhando seus habitantes sem que possam fazer mal. A lua brilhando ou não lá no alto. E milhares de luas reinando em seus postes. As mariposas voam ou andam. Os morcegos estão no alto ou no baixo. Não sou o lobo que uiva bem alto, eu me esgueiro pelas sombras, quase como os gatos, olhando tudo e todos. Os becos são meus abrigos e cada perigo um convite para brincar.
Como um cão sem casa, sem dono, sem aquilo que amar e guardar. Pode nem sempre ser bom, mas é o que é. A vida segue em frente, até onde ela der. Não há caminhos, caminhos não há na verdade. Só quem anda, este sim existe. O resto se alguém sabe, nada disse. E se disse, não escutei. E se escutei, não entendi. Ou ainda, se entendi, não foi aquilo que queria. Por enquanto, sou como um cão...

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