De certa forma. De forma
certa. Sem tempo ou norma. O que importa. Aquela porta. De porta aberta. E a
distância. Sem importância. E que se ame. Sem ter alerta.
De certo jeito. Escrevo
versos. Estão no peito. Não são dispersos. E nesta saudade. Que é sem idade.
Meus sonhos brancos menos perversos. Irão aos passos. Tua cidade. Felicidade.
Feliz cidade. Feliz idade.
Há muito tempo. Quando o
próprio tempo a si mesmo não se media. E as fotos preto-e-branco eram normais.
Eu sentia no ar um cheiro de coisas. E tudo tinha cheiro. O mar. O cinema. E o
parque. E a própria vida. E a própria morte.
Há muito tempo. Quando as
revistas vinham com rostos bonitos. E inocentes bobagens. E os decalques
colados em geladeiras e paredes falavam de realidades paralelas. Liguem o
rádio. Escutem notícias. Chorem por amores em outras terras. Saibam das últimas
da ciência moderna que nos levará aos ares. E se masturbem com folhetins.
De certa forma. Felizes
por tudo. Felizes por nada. Em frente à nova tela preta e branca que traz o
mundo. Que lava o mundo. Que salva o mundo. Que anima o mundo. Com velhas
fórmulas filosofais. Me dê licença. Salve sua banda. Quero as bandeiras dos
meus quintais. Eu quero é mais. Eu quero é mais.
E aqui cheguei. Um velho
torto. Um velho porto. Um velho morto. Que respira ainda. E neste respiro sabe
coisas que nunca soube.
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