domingo, 30 de setembro de 2012

Poema de Um Dia Qualquer

Foi um dia. Mais um dia. Como são todos. Chegam. Ficam. E vão embora. Mas cada um é único. Cada um tem sua marca. E na sua igualdade aparente se sucedem. Ame o dia. Cada um deles que pôde viver e até sonhar. Coma o dia. Beba o dia. Faça dele teu amante e confidente. Faça que ele penetre por teus poros. Circule pelo sangue. Se fixe nos teus ossos. Outro desse não terá. Goze ele. Goze nele. Goze com ele. Com quaisquer emoções que puder usar. Emoções raras. Emoções baratas. A não-emoção que pode se transformar em alguma se assim o quiser. De qualquer forma ele se irá. Mas permanecerá com suas várias marcas. Foi o amante que veio beijar tua boca e depois deu um adeus. Foi o aventureiro que veio te contar histórias e não te contou o final. Foi o programa de televisão que distraiu tua atenção. Ou foi apenas o comercial que fez a mesma coisa. Foi um dia. Mais um dia. Como são todos. Em que muitos nasceram e muitos morreram. Em que guerras acabaram e outras foram declaradas. E acontecem contos de fadas reais. Eu também o vivo. E hoje como sempre os corredores me chamam. Os antigos corredores em que se repetem eternos passos. Os mesmos passos de meninas e meninos. Os mesmos passos que sorriem por si mesmos. Os passos lentos e os rápidos passos. Sem preocupação com a óbvia eternidade. Nem sempre a permanência se mostra. E muitas vezes se disfarça em seu oposto. Vivamos além das ruínas! Sem soluços e sem soluções. Não há tempo para isso. Todo enigma por si basta. Só o faraó tem calma. E no alto dessas pirâmides quarenta segundos nos contemplam. Mais do que isso talvez não. São justas medidas. O rei morreu. Viva o rei! A manchete de hoje. Foi um dia. Mais um dia. Orai por ele...

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