Cabelos de um emaranhado de sol que não sei
Espelhos apavorados por uma tal novidade
Nunca tive mais forte do que em minha fraqueza
Um painel épico para as paredes de uma padaria
O tira-gosto sempre acaba deixando mais um...
Consigo escrever epopeias com alguns monossílabos
Mas as minhas declarações de amor ou são caladas
Ou são cheias da mais pura de todas as prolixidades
Como assim deve ser todos aqueles que são tolos
Ou ainda que carregam dose excessiva de loucura...
Queria fazer um curso para ser logo um faquir
Mas ainda não escolhi quais espinhos de rosas usarei
Para construir um novo colchão para o meu descanso
Isso faz parte daquele meu contumaz arrependimento
Por certas dores que deveria um dia ter passado...
A nudez dela mesmo quando está toda assim vestida
As centenas de beijos que ainda guardo em minha boca
Todos os nossos pecados sempre foram brindados
E o nosso tesão mesmo que destruído ainda permanece
De forma desconhecida por todos os olhos que olham...
Antiquadas tecnologias mais do que tecnológicas
Em que pulamos direto para as mais acesas fogueiras
Em noites enluaradas sem alguma lua que console
Esfregando seu sexo perante a câmera em uma live
Eis a nossa confissão de pecados que não cometemos...
Uma andorinha só não faz estação alguma que exista
Nesta multidão de muitos sozinhos nos encontramos
Porque assim foi desde que começamos a jornada
Nenhum sono pode ser dormido por mais de um só
Assim como o sono maior que afinal todos têm medo...
A mesa agora está posta e o conviva ainda não veio
Não sabemos se ele se atrasou ou se foi o tempo que
As montanhas agora são construídas apenas de papel
E a palavra só desliza pelas asas da internet
E o nosso arroz acabou virando mais uma tragédia...
(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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