domingo, 4 de maio de 2025

Repetições Repetitivas

Todo dia tudo. Todo dia nada.

Atirei pedra na água e ela ficou parada...

Todo dia tudo. Todo dia nada.

Quero encontrar palavra pra essa calçada...


Mire na fruta que cai. Não mire no pássaro que voa.

O tempo não marca entrevista, a folha não cai à toa.

Entrei numa loja em Lisboa, tão linda, de porcelanas.

Pobre de mim, tão pobre, esqueci de contar semanas.


Todo dia tudo. Todo dia nada.

Tentei avoar pro céu e cabei caindo da escada...

Todo dia tudo. Todo dia nada.

Cordei pra mijar e perdi o sono era de madrugada...


Corra logo pro cais. No corra logo pro mar.

Nem pense mais no perigo que é agora pensar.

Pobres das minhas mãos que estão assim feridas.

Eu não vivi apenas uma vida eu vivi muitas vidas.


Todo dia tudo. Todo dia nada.

Eu vou viajar bem pra lua e beijar sua face gelada...

Todo dia tudo. Todo dia nada.

Eu sou uma história sem graça e todo mundo dá risada...


Acabaram de chamar. Chamaram não era ninguém.

Não sei quantas promessas fiz e todas eram pro além.

Todas palavras parecem que são todas tão iguais.

Mas umas são calmarias e outras são tão temporais.


Todo dia tudo. Todo dia nada.

Eu quis fazer tão bonito mas eu fiz foi uma palhaçada...

Todo dia tudo. Todo dia nada.

Eu fui acender uma vela e coloquei lá na encruzilhada...


(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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