Todo zero.
Um beijo desenfreado que não aconteceu.
Eu jurei nunca mais jurar coisa alguma.
Façamos camas nas nuvens com capricho.
Todo um.
Aquilo que nasceu destinado para a morte.
Um tango tocado com cores de uma outra dança.
Uma caravana de ciganos em direção ao mar.
Todo dois.
Rosas em espiral com toda loucura possível.
Acendamos todos os cigarros que existirem aqui.
O meu tempo acaba sendo mais um segundo.
Todo três.
A mágica do óbvio é semelhante ao sono dos cães.
Todas as palavras não admitem nenhuma escolha.
Não existe antes e nem durante e nem existe depois.
Todo quatro.
Um tiro pela culatra não deixa nunca de ser um tiro.
Jogaram a moeda de esmola no chão mais que sujo.
Aqui não há mais paredes para erguermos os tetos.
Todo dez.
Os camaleões são apenas mestres de estratégia.
Eu roubo fotografias do desamor pelas redes sociais.
Quero incendiar-me mesmo se não houver inquisição.
Todo cem.
Cada ferida tem seu destinatário e chegará na hora.
Eu perdi o medo de quase tudo exceto da tal coragem.
A fama do anonimato é a mais usada por todos nós.
Todo mil.
Não escolhemos nosso nome e nem a roupa do enterro.
Eis a nova moda - quebrar todos os ossos de uma vez.
Falta-me o ar nas veias e o sangue em meus pulmões.
Todo milhão.
A solidão é a mais nova aquisição de todos os rebanhos.
A minha fé é como areia que escorre entre meus dedos.
Um dia serei esquecido com todos assim foram sempre.
Todo zero...
Nenhum comentário:
Postar um comentário