quinta-feira, 29 de maio de 2025

Indecisões Sob A Lua

Qualquer caminho vai dar em nada

E toda a certeza é um mero desespero

Estar dormindo pode ser o melhor que há

Todas as cores um dia ficam esmaecidas

Mas esse meu vício de andar não acaba...


Todo amor um dia vai se acabar enfim

E só nos deixará profundas cicatrizes...


Logo e estaremos na Idade da Pedra

Aonde seremos primitivos como somos

Porém sem mentirmos sobre tal coisa

Não há nada que seja mais moderno

E a nossa maldade sempre esteve aqui...


A canção pode ser bonita para a alma

Mas mesmo assim não mata a fome...


Como cangaceiros sem ter algum sertão

Mas também sem glória para carregar

Pensamos que alguma coisa deu certo

Mas isso é apenas mais um ponto de vista

Que somente os cegos têm quando deliram...


Os rastros de todos os pássaros surgem

Mesmo quando estão nos ares em bandos...


Faltou algum mármore para os astronautas

E comemorações apenas imaginadas que são

Uma herança que nunca vai nos dar bem algum

Mesmo se esses ao alcance de nossas mãos

No mesmo afã de poder ao menos respirar...


Há toda uma bela vitrine cheia de escolhas

Mas a pressa nos impede de acertar no certo...


Tenho o hábito de acordar inúmeras vezes

Mesmo quando não estou ainda dormindo

Sótãos e porões agora não servem de abrigo

Chuvas de bombas fazem o mais novo enfeite

Não sei se me transformo ou não sob a lua...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XC ( As Calçadas do Impossível )

Caminho como um bêbado na corda bamba Eu não conheço hora alguma, eu não sei Esfacelo montes de estrelas com as mãos Meu amor, onde foi que ...