Qualquer caminho vai dar em nada
E toda a certeza é um mero desespero
Estar dormindo pode ser o melhor que há
Todas as cores um dia ficam esmaecidas
Mas esse meu vício de andar não acaba...
Todo amor um dia vai se acabar enfim
E só nos deixará profundas cicatrizes...
Logo e estaremos na Idade da Pedra
Aonde seremos primitivos como somos
Porém sem mentirmos sobre tal coisa
Não há nada que seja mais moderno
E a nossa maldade sempre esteve aqui...
A canção pode ser bonita para a alma
Mas mesmo assim não mata a fome...
Como cangaceiros sem ter algum sertão
Mas também sem glória para carregar
Pensamos que alguma coisa deu certo
Mas isso é apenas mais um ponto de vista
Que somente os cegos têm quando deliram...
Os rastros de todos os pássaros surgem
Mesmo quando estão nos ares em bandos...
Faltou algum mármore para os astronautas
E comemorações apenas imaginadas que são
Uma herança que nunca vai nos dar bem algum
Mesmo se esses ao alcance de nossas mãos
No mesmo afã de poder ao menos respirar...
Há toda uma bela vitrine cheia de escolhas
Mas a pressa nos impede de acertar no certo...
Tenho o hábito de acordar inúmeras vezes
Mesmo quando não estou ainda dormindo
Sótãos e porões agora não servem de abrigo
Chuvas de bombas fazem o mais novo enfeite
Não sei se me transformo ou não sob a lua...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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