Estertores para o cego que esmola na feira.
Cisco nos olhos que enxergam na escuridão.
Estar aqui e em todos os lugares ao mesmo tempo.
Os dedos que estão apontados para o nada.
Uma recrucificação quase que diariamente.
Reinvento muitas palavras acostumado com a dor.
A vulgaridade agora está em alta no mercado.
Não sei se morreremos apenas como um sono.
A eternidade é um mosquito que se esmaga na parede.
E a fugacidade uma mosca que nos incomoda mais.
Qualquer comida pode ser hoje o prato do dia.
Todos os sinais que me encanto agora me servem.
Eu quero todas as cores do mundo numa só tela.
Manacás e margaridas num mesmo e só jardim.
Quando gritar não ousem fazer que feche a boca.
Tive uma tontura e quase fui direto para o chão.
Em alguns quilômetros acima do solo isso passa.
Todas as pedras do caminho iguais a figurinhas.
Nem a morte consegue tirar os doces que temos.
Agora até a solidão pode servir de companhia.
Toda a eternidade é apenas um estalo de dedos.
Não crer é apenas mais uma forma de acreditar.
Iremos esculpir com as pedras de nós mesmos.
Carpideiras e palhaços possuem a mesma meta.
Não querem aplausos e apenas mais alguns risos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário