segunda-feira, 5 de maio de 2025

Carliniana LXXII ( Parabólico Senso )

Estertores para o cego que esmola na feira.

Cisco nos olhos que enxergam na escuridão.

Estar aqui e em todos os lugares ao mesmo tempo.

Os dedos que estão apontados para o nada.

Uma recrucificação quase que diariamente.


Reinvento muitas palavras acostumado com a dor.

A vulgaridade agora está em alta no mercado.

Não sei se morreremos apenas como um sono.

A eternidade é um mosquito que se esmaga na parede.

E a fugacidade uma mosca que nos incomoda mais.


Qualquer comida pode ser hoje o prato do dia.

Todos os sinais que me encanto agora me servem.

Eu quero todas as cores do mundo numa só tela.

Manacás e margaridas num mesmo e só jardim.

Quando gritar não ousem fazer que feche a boca.


Tive uma tontura e quase fui direto para o chão.

Em alguns quilômetros acima do solo isso passa.

Todas as pedras do caminho iguais a figurinhas.

Nem a morte consegue tirar os doces que temos.

Agora até a solidão pode servir de companhia.


Toda a eternidade é apenas um estalo de dedos.

Não crer é apenas mais uma forma de acreditar.

Iremos esculpir com as pedras de nós mesmos.

Carpideiras e palhaços possuem a mesma meta.

Não querem aplausos e apenas mais alguns risos...

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