quarta-feira, 21 de maio de 2025

Minhas Meleca I

Berreco era um cara mais importante

Tinha a buzanfa de um elefante

Cagava merda de noite e dia

Mas só mijava dentro da pia...


Pois é pão velho, pois é pão novo

Pão com sabão e pão com ovo

O seu dentado não é acostumado

A comer um bão cozinhado...


Bizico era o mandão da estribeira

Vivia sempre pra fazer besteira

Fumava pó e cherava maconha

Nunca teve um pingo de vergonha...


Toma porrada pra lá, porrada pra cá

É muita porrada presses beiço inchar

Um dia ele morre e vai pro inferno

E até o Capeta vai botar terno...


Mané Mindiguim quando bebia chaça

Só queria saber de fazer pirraça

Botava a freguesia toda pra fora:

Seus filho-da-puta, vai tudo simbora!


Pobre dele que num foi pro céu

Mas acho que já foi lá pro beleléu 

Foi pra lá montado num cavalo manco

Ou no burro sem rabo que pega no tranco...


Lurdinha era malandra do pé de goiaba

Era lá de cima que dava aquela raba

Fazia um feijão gostoso de linguiça toscana

Mas gostava mesmo era de uma banana...


Pobre da moça que pelo dito envelheceu

Já tá viúva e é mãe e vó de fariseu

Se mostra tudo ninguém mais lhe nota

Isso até o dia que vai bater as bota...


...


(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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