Ainda não tivemos tempo suficiente:
para descobrirmos o valor real do tempo
que não necessita de coisas vãs e mesquinhas
que seu valor real está na simplicidade e na ternura...
Ainda não tivemos coragem bastante:
para gritarmos na altura mais alta
contra a tolice de todos os malvados
que hoje dominam o mundo por nossa culpa...
Ainda não tivemos amor na medida exata:
esse mesmo amor que necessitamos tanto
o mesmo amor que sempre jogamos fora
e que deveria ser distribuído pelo mundo todo...
Ainda não sonhamos como deveríamos:
confundimos o nosso verdadeiro sonho
com aquilo que acabam nos impondo
e que afinal nunca foi e nem será nosso...
Ainda não escapamos da armadilha dos sentidos:
acabamos achando que é básico o que não é
pagamos tão caro pelo que não tem valor nenhum
a realidade não é tão malvada como parece ser...
E ainda possuímos o medo que não existe:
vida e morte nunca foram grandes inimigas
ambas são essencialmente necessárias
e andam sempre caminhando de braços dados...
Ainda não...
(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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