Veneno insípido dos dias que correm
Dentes brancos de quase morte
Orelhas atentas para qualquer ruído
O norte e o sul ficam ali mesmo...
Minha sudorese quase frequente
Latido de um cão em desespero
Fazem muitos anos que não vejo rostos
Mas histórias tenho e muitas delas...
Foi numa avenida que fiz carnaval
Mesmo se não era o mês adequado
Quanto mais eu fico mais frágil
É aí que a minh'alma se fortalece...
Miro centenas de tiros para o espelho
Enquanto me sinto mais um cigano
Mesmo que o meu quarto seja a cela
De uma desventura que não reclamo...
O mundo é uma bola mais quadrada
Onde a bondade é um objeto estranho
E todo talento é mediocridade que falhou
Enquanto o destino piscou sem olho...
Gritem muito gritem até não poder mais
Mesmo quando estiverem dormindo
Pois acordar-se é mais uma tarefa nossa
Feito quem faz aquele dever de casa...
Meus respeitos para todos os bêbados
Principalmente para os bêbados de sonhos
Estes são os únicos que sobreviverão
Mesmo quando todos os tetos caírem...
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