terça-feira, 6 de maio de 2025

Carliniana LXXIII ( Venenos Insípidos )

Veneno insípido dos dias que correm

Dentes brancos de quase morte

Orelhas atentas para qualquer ruído

O norte e o sul ficam ali mesmo...


Minha sudorese quase frequente

Latido de um cão em desespero

Fazem muitos anos que não vejo rostos

Mas histórias tenho e muitas delas...


Foi numa avenida que fiz carnaval

Mesmo se não era o mês adequado

Quanto mais eu fico mais frágil

É aí que a minh'alma se fortalece...


Miro centenas de tiros para o espelho

Enquanto me sinto mais um cigano

Mesmo que o meu quarto seja a cela

De uma desventura que não reclamo...


O mundo é uma bola mais quadrada

Onde a bondade é um objeto estranho

E todo talento é mediocridade que falhou

Enquanto o destino piscou sem olho...


Gritem muito gritem até não poder mais

Mesmo quando estiverem dormindo

Pois acordar-se é mais uma tarefa nossa

Feito quem faz aquele dever de casa...


Meus respeitos para todos os bêbados

Principalmente para os bêbados de sonhos

Estes são os únicos que sobreviverão 

Mesmo quando todos os tetos caírem... 

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