Sem medo algum ou até mesmo algum nojo
Eis o ofício de todos os que pensam...
Dar tiros no capitalismo lobo insaciável
E colocar o couro dele na parede da sala
Como lembrança de mais uma luta vencida...
Descobrir que a vida é mais do que fatalidade
E que a morte faz parte dos ventos que chegam
E que ela move todos os moinhos dos heróis...
Rir de todos os males que acabam então vindo
Todo o existir tem seu quê de inegável masoquismo
E mesmo os faraós descansaram na horizontal...
Brinquemos com as águas de todos os rios
Sejam eles caudalosos ou apenas simples riachos
Ou ainda o mar em sua imensidão tão necessária...
É um digno ofício estar contando as estrelas
Pois somos os senhores de todo tempo sem sabermos
Apenas o espaço nos afronta com seu mau-humor...
Em nuvens cantaremos e dançaremos ainda mais
Sem importamos com alguma eventual queda
Pois nossas asas estarão onde sempre estiveram...
Para quase todo pecado existirá sempre um perdão
Até mesmo aqueles que a nossa estética condenou
Quando surgidos de uma mistura insólitas de cores...
Num silêncio de sábado quase que mero domingo
Alguns pássaros teimam em cantar em algum lugar
Enquanto fumo os meus assassinos desde primórdios...
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