sábado, 3 de maio de 2025

Carliniana LXX ( Primórdios de Agora )

Olhar todos os mortos que estão sepultados

Sem medo algum ou até mesmo algum nojo

Eis o ofício de todos os que pensam...


Dar tiros no capitalismo lobo insaciável

E colocar o couro dele na parede da sala

Como lembrança de mais uma luta vencida...


Descobrir que a vida é mais do que fatalidade

E que a morte faz parte dos ventos que chegam

E que ela move todos os moinhos dos heróis...


Rir de todos os males que acabam então vindo

Todo o existir tem seu quê de inegável masoquismo

E mesmo os faraós descansaram na horizontal...


Brinquemos com as águas de todos os rios

Sejam eles caudalosos ou apenas simples riachos

Ou ainda o mar em sua imensidão tão necessária...


É um digno ofício estar contando as estrelas

Pois somos os senhores de todo tempo sem sabermos

Apenas o espaço nos afronta com seu mau-humor...


Em nuvens cantaremos e dançaremos ainda mais

Sem importamos com alguma eventual queda

Pois nossas asas estarão onde sempre estiveram...


Para quase todo pecado existirá sempre um perdão

Até mesmo aqueles que a nossa estética condenou

Quando surgidos de uma mistura insólitas de cores...


Num silêncio de sábado quase que mero domingo

Alguns pássaros teimam em cantar em algum lugar

Enquanto fumo os meus assassinos desde primórdios...


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