domingo, 4 de maio de 2025

Samba da Meleca Doida

Estética mal arrumada de belos trapos

Macarrão instantâneo feito em micro-ondas

Masturbação quase infinita de velhos alunos

Pecados inconfessáveis de tais mártires

As professoras fazem ditados em mandarim

Que eles sejam em árabe com sotaque ídiche

Garrafa velha quase vazia de refrigerante

Lápis de cor com todas as pontas quebradas

 Feriado sem circunstância alguma de ser

O pirotécnico agora tem medo de fogo

Na cidade os marimbondos estão em falta

E a moda de tatuagens de estrelas passou

Meu pitbull agora só late em dó sustenido

E o novo narrador de futebol tem gagueira

As sombras dos soldados tremem de medo

Mesmo nas guerras de bolinhas de papel

Nossos batimentos cardíacos brincam de roda

Nossas ilusões cor-de-rosa têm outra cor

As feras do teatro de arena são novos bufões

As sujeiras dos meus dedos pagam aluguel

As ondas dos teus cabelos causam naufrágios

E os meus óculos não querem ver mais nada

Mais um na fila já caiu na rua deserta

O bobo da corte não me precisa mais de corte

E os clowns disputam o páreo com carpideiras

Os sons do silêncio só se comunicam aos gritos

Todo carnaval é único e ocorre uma vez só

A meleca incomoda mas é só tirar que isso acaba...


(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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