Estética mal arrumada de belos trapos
Macarrão instantâneo feito em micro-ondas
Masturbação quase infinita de velhos alunos
Pecados inconfessáveis de tais mártires
As professoras fazem ditados em mandarim
Que eles sejam em árabe com sotaque ídiche
Garrafa velha quase vazia de refrigerante
Lápis de cor com todas as pontas quebradas
Feriado sem circunstância alguma de ser
O pirotécnico agora tem medo de fogo
Na cidade os marimbondos estão em falta
E a moda de tatuagens de estrelas passou
Meu pitbull agora só late em dó sustenido
E o novo narrador de futebol tem gagueira
As sombras dos soldados tremem de medo
Mesmo nas guerras de bolinhas de papel
Nossos batimentos cardíacos brincam de roda
Nossas ilusões cor-de-rosa têm outra cor
As feras do teatro de arena são novos bufões
As sujeiras dos meus dedos pagam aluguel
As ondas dos teus cabelos causam naufrágios
E os meus óculos não querem ver mais nada
Mais um na fila já caiu na rua deserta
O bobo da corte não me precisa mais de corte
E os clowns disputam o páreo com carpideiras
Os sons do silêncio só se comunicam aos gritos
Todo carnaval é único e ocorre uma vez só
A meleca incomoda mas é só tirar que isso acaba...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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