domingo, 11 de maio de 2025

Carliniana LXXXI ( Antiga Modernidade )

Ninguém fala mais com ninguém. Olham as telas.

Ninguém escuta mais ninguém. Só os hits do momento.

Aquilo que valia alguma coisa agora não vale mais.


As frutas estão no pé. E lá permanecerão até murcharem.

Os jardins agora são de concreto. E as flores plásticas.

Toda a tristeza agora é moda com seu tempero de riso.


As carruagens agora ladram. Enquanto os cães passam.

A fome uma cicatriz na alma. Mas ainda há muitas outras.

Pelos corredores de um manicômio escutam gargalhos.


Raio laser para bronzear a pele. E venenos como elixires.

Há monstros da lagoa sem lagoa. Meu susto são dívidas.

A minha carne apodrece mesmo que não sinta seu cheiro.


São alguns graus e nada mais. Agora mais noite ainda.

O sétimo selo já foi aberto. Toda normalidade é anormal.

Quanto mais modernas mais obsoletas essas invenções...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Um Frio Qualquer

Um frio qualquer que invade a alma,  Não quer mais o corpo, já se cansou dele... É a madrugada de dia, é o fim da alegria... Um frio qualque...