No palácio do desespero
Mora um rei desesperado.
Seu nome? Tem todos do mundo!
Até os que não tem lembrado...
Chuta pedras todos os dias,
Seu pé vive assim machucado.
Ele não cuida de suas feridas,
Desconhece o que é cuidado...
Acha que manda em tudo,
Como ele vive enganado...
O tempo é quem manda nele,
Escravo, nunca será libertado...
A vida vive lhe exigindo coisas.
Pobrezinho! Vive sendo surrado...
Isso até que a morte chegue
E então reclame por seu bocado...
Na verdade não é só um rei,
São muitos com um só reinado...
A existência é para todos,
Mas muitos a têm desperdiçado.
O palácio estará em ruínas,
Não poderá ser reformado.
Irá para um outro local,
Ali ficará somente parado...
Não lhe adiantará ter pressa,
O rei será destronado.
Terá que esperar alguma coisa,
Não adianta ser desesperado...
(Extraído do livro "Escola de Mortos de autoria de Carlinhos de Almeida).
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