Como é simples o desespero, falar coisas bonitas só depende da boca, mesmo que isso seja apenas um simples disparate. Todos nós enganamos à nós mesmos, diariamente, regando mentiras para que elas fortaleçam e nos matem. As palmas erraram sua direção e a mediocridade usa todas as desculpas cabíveis.
Os ossos serviram para flautas, assim como usaram a epiderme para o couro de tambores para que a mentira tivesse sua bela apresentação. Caixões antecipados levam zumbis vivos para outros cemitérios inventados. É um novo cheiro no ar. A nova ousadia é a maior das covardias possíveis.
Deus-dinheiro, deus-dinheiro! Ele nos tirou o resto de humanidade que tínhamos. Mesmo antes, éramos vilões tresloucados, agora não mais. O dolo permanece entre nós, como uma flecha certeira entrando no peito e varando o coração.
Todas as madrugadas mentem, mentem sim. Enquanto parem monstros piores - os dias. Todos os fantasmas assustam menos do que a verdade, todos os dilemas debocham da primeira cara que aparecer pela frente. É o vírus, é o vírus! Que vem pelo ar suavemente, para matar definitivamente qualquer coisa que esteja em seu caminho.
Vamos logo, vamos logo. A verdade espera para nos agredir, mas não nos matará. A mentira aproveitará virarmos as costas, seu punhal está pronto sempre. O paciente ainda tem chances de fugir voando pela janela da enfermaria. Cada vez pode ser a última, não demos mais bobeira.
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