sábado, 9 de setembro de 2023

Alguns Poemetos Sem Nome N° 244

Talvez venha algum talvez e me derrube no chão. Seja pior que facada ou tiro. Seja mais triste que uma ordem de despejo. Ou sentença desfavorável em última instância. Queime mais do que a cana descendo na goela direto. Daquelas canas brabas em liquidação no mercadinho da esquina. Seja um deboche malvado daqueles com pretensão de ferir. Com objetivo de magoar. De deixar uma marca feia na carne e outra bem pior na alma. O talvez é bem pior que o não...


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Repetem-se todos os giros e a mente também gira. Girassóis sim. Meus versos continuam e seu prazer me incomoda. Etílico sim. Me arrepender aquilo que fiz e ao mesmo tempo nem um pouco. Metais sim. Eu acabo me desesperando e meu silêncio é uma marca em minha pele. Estratégia sim. Aproveito o vento que há e isso acaba quase se chamando alegria. Brincadeira sim. O óbvio gosta de gritar em meus ouvidos e pede desculpas por ser não ter intenção de magoar. Coragem sim. Fazemos nossa própria mitologia e ainda acreditamos nela. Espera sim. Confundir certos conceitos e usar o abismo como fosse piscina. Humano sim. Repetem-se todos os giros e a mente também gira. Girassóis sim...


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Quantas marcas precisarei em minh'alma para percorrer esse rio antes de chegar ao mar? Meu coração de viajante dispensa passos, percorrerei o mundo sem sair daqui. Minha imaginação me mostrará tudo que existe, até bem mais do que isso. Quantas dores terei que sentir para set o mártir desta tragédia que não se acaba? Engolirei em seco aquilo que não busquei, até que o abismo acabe me acenando...


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Nem tudo que vi, está agora eu meus olhos. Mas a alma é a mais fiel de todas as testemunhas. Mesmo o impossível está marcado para sempre. O menino que fui um dia sobrevive até agora ao naufrágio. Até quando, ele não sabe, não tem ideia alguma. Muitas tempestades acabam se repetindo.


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Rosa me feriu, ninguém viu, ninguém viu. Espinho entrou na carne, entrou. Sonho meu que partiu, que partiu, feito passarinho na gaiola, que voou, que voou. Fui num dia quente como esse, como esse. Foi numa noite fria, muito fria. A alma parada, a casa vazia. A cara lavada, ela tão vadia, vadia. Rosa me feriu, ninguém viu, ninguém viu...


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Sobrevivente do caos de mim mesmo. Aquilo que sobrou da ventania. Novo monstro em pesadelos mais sutis. Bomba com pavio curto prestes a explodir. Tudo e nada. Homérica mitologia do engano. Manchete que não saiu no jornal. Ideia que já foi perdida. Versos que não foram para o papel. Tudo e nada. Pássaro com asa cortada. Viajante sem caminho algum. Detalhe que passou desapercebido. Tudo e nada. Amante sem ter quem ame. Folia fora de época. Razão mais tresloucada. Tudo e nada...


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Quase ordem, quase natural. Na frente da televisão em silêncio quase mortal ou imortal, tanto faz. Etilicamente falando às vezes. Tudo um sonho ou um pesadelo bem caprichado. O fio da navalha que perdeu seu corte. As moscas num balé sincronizado. Quanto mais sei, menos sei. Noites de perigo sem perigo algum. O valor de menos uma moeda. Rotas abissais que falam alguma coisa. Suspiros ou não. Não é mais chá, sim café. No meio da noite algum frio. Só isso...


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