sábado, 30 de setembro de 2023

Maitó

Sempre que grande e pequeno

Astuto bastante e inocente

Amargo remédio e veneno

Pura lógica mais incoerente


Espada de fogo com carícia

Ineditismo de fato consumado

Bandido com cara de polícia

Plano certo que deu errado


Ferida aberta sob a cicatriz

Coberta que esfria e esquenta

Risada histriônica de um infeliz

Pedra dura que não foi noventa


Mártir atira pedras na multidão

Feitiço feito páginas do evangelho

Defunto que carrega o seu caixão

Novo que já morreu de velho


Guerra de ninguém com tudo

Trompas de falópio bem altas

Apenas espinhos com veludo

Meus troféus são minhas faltas


Dançarei xaxado entre o fogo

Quero ser o governante do nada

Quero chorar antes desse rogo

Bater cabeça bem na encruzilhada


Fiquei pelado estando vestido

Morri de sede me afogando 

Ser vivente sem ter nem nascido

O maior dos amantes te odiando...


(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...