Sempre que grande e pequeno
Astuto bastante e inocente
Amargo remédio e veneno
Pura lógica mais incoerente
Espada de fogo com carícia
Ineditismo de fato consumado
Bandido com cara de polícia
Plano certo que deu errado
Ferida aberta sob a cicatriz
Coberta que esfria e esquenta
Risada histriônica de um infeliz
Pedra dura que não foi noventa
Mártir atira pedras na multidão
Feitiço feito páginas do evangelho
Defunto que carrega o seu caixão
Novo que já morreu de velho
Guerra de ninguém com tudo
Trompas de falópio bem altas
Apenas espinhos com veludo
Meus troféus são minhas faltas
Dançarei xaxado entre o fogo
Quero ser o governante do nada
Quero chorar antes desse rogo
Bater cabeça bem na encruzilhada
Fiquei pelado estando vestido
Morri de sede me afogando
Ser vivente sem ter nem nascido
O maior dos amantes te odiando...
(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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