Foi um dia muito estranho. Desde que acordei hoje de manhã não escutei nenhuma discussão na minha rua. Aquele meu vizinho que está sempre de cara amarrada me cumprimentou e até esboçou um sorriso. Não tinha lixo jogado na rua como sempre fazem. Não vi ninguém bêbado falando bobagem na porta da barraca. Antes de sair de casa, vi o noticiário da manhã e não tinha nenhum assassinato, só algumas reclamações sobre o governo em geral. Até um vira-latas passou abanando o rabo e não fugiu arisco como sempre fazem. Dia estranho mesmo...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
sexta-feira, 29 de setembro de 2023
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Carliniana XLV (Indissolúvel)
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