terça-feira, 12 de setembro de 2023

Tempos de Ventos Últimos Com Gestos de Improviso

Não sou um homem desse tempo

(Sou de todos onde o coração passa...)

Lamento por todas as mediocridades

Que poderiam ter sido bem menores

(Tantos desejos que foram abortados...)

Na sala de espera folheio velhas revistas

Enquanto sonhos agarram a realidade

Com a força de duas meninas que brigam

(Os outros alunos gritam e riem...)

Estarei eu quase me acordando?

Meus pecados poderão ser pagos no boleto?

Disfarço e piso na nota que alguém perdeu?

(Toda comemoração acabará se cansando? ...)

Todos os meus heróis estão sepultados

(Inclusive os que ainda continuam vivos...)

Num mar que nunca teve água alguma

Duelei com um dragão que nunca existiu

(Não sei se sou um pesadelo de um sonho...)

Todos os dias são semelhantes neste tédio

Que derruba minha fantasia quase esgotada

Pois a tábua agora mais afunda o náufrago

(Cada um de nós é apenas uma folha morta...)

Não sou um homem desse tempo

(Sou de todos os gestos agora paralisados...)


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).  

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