quarta-feira, 27 de setembro de 2023

O Tempo É Um Absurdo Que Falta No Céu


 A fé é apenas o pau da barca

Todos os meridianos são iguais

Colares de plástico verde inigualável

E sorrisos quebrados por quedas

Eu morro ainda por qualquer coisa

Desde que não seja na hora exata

Estar onde estou é um novo enigma

E os frios são maiores que os calores

Alegria de palhaço é ser testemunha

Do circo se afogando em nuvens

A maior de todas as nossas invenções

Foi sem dúvida a bolinha de gude

Todos os caixões são aumentativos

Meias e cântaros de louça são geniais

Cuidado com a laje que o santo é de pedra

Tenho gripe dia sim e outro também

Sonho com os mortos todos os dias

Andar não é mais para mim nunca mais

Eu sigo todas as modas que acabaram

Acorde quem esteja dormindo e pronto

A boca está amarga e o coração azedo

Bato palmas até minhas mãos doerem

Tenho tantos versos que já esqueci alguns

O estar me ajuda não me engolindo 

Mas onde me castiga com labirintos

O meu cochilo é em redes sociais

O cansaço atinge as velas e elas apagam

Acho que eu mesmo sou o meu cansaço...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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