Não há mais azul
e agora meus sapatos são vermelhos
um pouco parecidos
com minhas veias que secaram
espero maldições
que foram proferidas ao acaso
e rio de todas elas
eu gosto muito das estrelas
mesmo se não vejo
minha embriaguez é constante
a culpa é dos versos
eu sigo sozinho pelas ruas à noite
sem medo algum
gosto até um pouco desse perigo
que envolve o ar
o amarelo está também esmaecido
e as paredes choram
naturezas-mortas jazem suspensas
e isso é bem normal
eu conto com sofreguidão os dias
e meu coração pula
ninguém tem pena dos abandonados
assim deve ser e é
eu queria ver o vulto da felicidade
mas não há mais azul...
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