Depois do sol,
mais nada...
À não ser estes meus olhos
mergulhando na escuridão
atrás de muitas estrelas,
mas não alcançarei nenhuma delas...
Depois da lua,
mais nada...
À não ser meus passos silenciosos
entre ruas totalmente desertas
procurando e procurando,
sem mais nada encontrar...
Depois da penumbra,
mais nada...
À não ser mais um dia começando,
mais dores, mais loucuras,
isso que alguns chamam vida
enquanto eu queria só dormir...
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Estou doando:
Um coração velho, teimoso que ainda continua em batendo. Quem aceitá-lo vai ter que aturar suas manias um tanto quanto teimosas e antiquadas. Não deverá se assustar com seus suspiros fora de hora e nem como as luas lhe afetarão o seu imprevisível humor. Deverá também aturá-lo em seus repentes de alegria por pequenas coisas que causam dores por seu excesso de ternura. Não deverá também ligar para seu choro, a saudade deve ter sido a causa disso ou os males que o tempo traz e não leva. Os interessados devem apenas seguir alguns versos bobos que se acham jogados pelas ruas porque logo o encontrarão.
Obrigado.
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Escuto cigarras fora da estação
Devem ser apenas zumbidos
Em meus velhos ouvidos
Quando acabarão?
Não sei...
Verões sempre se repetem...
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Gaiolas - é o que construímos,
Solidões - é o que alcançamos,
Histórias - é o que esquecemos,
Neste labirinto estreito - chamado destino...
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E a noite veio devorando todas as cores,
Igualando todos os seus detalhes,
Numa confusão meio que diferente
Como aquela que não podemos notar
(Somente com nossos olhos fechados)
E o silêncio veio nos deixando surdos,
Aguçando cada vez mais nossa audição,
Eu sou agora mais um ser da noite,
Visto luto como todos os demais daqui
(Sempre caçador e mesmo assim presa)
E a solidão veio ocupando espaço,
Como se me apertasse contra a parede,
Me tirando todo o ar dos pulmões,
Mais um paciente para o sanatório
(Um paciente paciente sem paciência)...
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Mate-me com sua lógica,
Com sua indiferença,
Com seu deboche...
A importância de morrer
Não é mais importante
Do que sonhar...
Quebrarei todos os meus dentes
Mordendo pedras
E deglutindo minhas ilusões...
Arranharei a superfície
De toda a minha pele
Em explosões pacíficas...
Eu sou aquele que não
Teme nem o meu medo
E muito menos o teu...
Tente me matar com sua lógica
Com sua indiferença,
Com seu deboche,
Virei apenas uma pedra
Não tente pois me comer...
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