quarta-feira, 15 de abril de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 71

Deixe-Me Entrar - Cinema de Buteco
Suave como as pedras no caminho
Elejo meus sofrimentos mais prementes
E disso nunca hei de abrir mão...

Não estou aqui e nem estou lá
Estou em qualquer lugar...

Atônito com as surpresas mais corriqueiras
Eu moldo meus medos com a minha vontade
Fantasmas não fazem parte disso...

Não sei correr e nem vou ficar
Enlouquecer em frente ao mar...

Sujo minhas mãos com meu próprio sangue
Nem que para isso seque as minhas veias
Viver também é um auto-sacrifício...

Não sei gritar e nem sei calar
Não sei quando o fim irá chegar...

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Quero pintar teus cabelos de verde
com aquele vermelho que tinha antes
Buscar tua inocência de volta
como nos dias que vinhas escondida
Quero matar todos os vermes
que rastejam por sobre a minh'alma
E ser então todo o tudo ou nada
dependendo de quem olha para tal
Eu ainda quero aquelas flores corais
na planta que nunca aprendi o nome
A droga maior que foi inventada
leva o nome bonito de felicidade
Não me importo de fechar os meus olhos
depois disso tudo pois nunca me deu medo...

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Lápis de cor
caixa de olhos
o tempo passa
e eu não reclamo
lá vão os ventos
levando cadáveres 
de folhas e sonhos
Nada mais importa
talvez o sal
e a boca já fechada
eu já não tenho
mais o que reclamar
a dor até acostuma
e tem certo charme
Faça o favor
fique quieto
eu quero e preciso
me calar de dormir
as ondas estão lá
no mesmo lugar
e só posso dizer - adeus...

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Inverto todas as impossibilidades 
num recanto do peito ou da mente
depende apenas de alguns fatores
um lavor infinito das palavras
que se transformam em cristais
versos que se transformam 
em todo choro ou toda risada
que ando por aí louco dando

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Me dê aí um pedaço de sol
qualquer um me serve
tenho pressa de sair do escuro...
Pois a noite já se acabou
mas o dia ainda não nasceu...
Essa penumbra é minha tristeza
que veio dominar esse dia...
Tenho fechados os olhos
por conta das muitas maldades...
Fechado os meus ouvidos
o mundo virou um grande ruído...
Não sei se vou pelo caminho
porque não sei se ele existe mais...
Me dê aí um pedaço de sol
qualquer um me serve
tenho pressa de sair do escuro...

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Deixo rabiscados no papel
as coisas que senti,
as únicas que o tempo
não conseguirá destruir...
A alegria, a tristeza,
a gratidão e o rancor,
tudo dentro de mim,
anjo e demônio que sou...
Se você puder ler algo,
lembre-se, meu caro leitor,
os sentimentos são parecidos,
mas as dores nunca são...

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Quando vi a escuridão 
me reconheci dentro dela
habitante noturno em desespero
(um desespero tão calmo...)
Quando o desamor feriu-me
acabei nem chorando
e muito menos sangrando
(falta-me sangue há muito tempo...)
Quando o amor se tornou ódio
eu segurei enquanto pude
esse amargo fel na boca
(nunca mais quero ver você...)

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