Eu guardo nos porões mais escuros
que minha memória consegue ter,
os segredos mais inomináveis
como qualquer um ser humano.
Pode me perguntar porque eu rio,
eu responderei de bom grado,
mas dispenso perguntas óbvias
sobre porque estou chorando
Deve ter sido algum vento malvado
que trouxe uma partícula de poeira
de alguma terra mais distante
e que me fez lacrimejar quase agora
Estou só como qualquer humano
e isso explica meu quase desespero
e aquele medo de bem parecido
como escutando histórias sinistras
É tarde, já é muito tarde demais
para retroceder pela vida
e encontrar todas as coisas certas
que por um descuido um dia perdi
Não sei exatamente o que pode haver
do outro lado desta inevitável porta
mas terei que por ela passar um dia
e nele não haverá nem tempo de adeus...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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