Onde estou neste momento
se não sei distinguir qual elemento
compõe essa mixórdia desvalida
que alguns chamam de vida?
Estou perdido e achado
tenho corrido parado...
Onde estão meus velhos tédios
estarão por sobre os prédios
esperando que ninguém note
como a cobra ao dar o bote?
Estou perdido e achado
tenho sorrido e chorado...
Onde estão as minhas manias
todas elas em perfeitas sintonias
eu não sei e nem nada mais acho
se tudo já desce de goela abaixo?
Estou perdido e achado
tenho mordido e assoprado...
Onde estão as minhas manhas
que corroem as minhas entranhas
queimando que nem um fogo
quando todos roubam nesse jogo?
Estou perdido e achado
tenho partido e colado...
Onde estamos todos nós afinal
se amanhã será sempre carnaval
compondo essa mixórdia desvalida
que alguns chamam de vida?
Estou perdido e achado
tenho morrido e acordado...
(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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