sábado, 28 de setembro de 2019

Alguns Poemetos Sem Nome Número 31

triste solitário menino sentado no banco dentro de o parque de ...
cansado de tudo
cansado
cansado de mim
cansado de você
cansado de todos nós
cansado
cansados dos passos bobos
entre ruas vadias 
dessa nossa velha cidade
cansado sem cálculos
e nem objeções
como um camaleão 
que perdeu a cor
sem achar mais graça
pra poder rir da piada
e com o choro esgotado
não tinha mais
no mercado que eu fui
cansado como os loucos
e como os sãos
por falar nisso...

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viver entre águas muitas
nascer de um chão
entre fogo e água
caprichem nos quatro
e agora está tudo pronto
nada mais restará
a não ser grãos voando
pela imensidão
de um espaço qualquer
é assim e assim será
aproveitemos as danças
enquanto pudermos

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um corpo em outro corpo
assim vamos nós
uma alma em outra alma
nem sempre acontece
mas mesmo assim tentemos
o encanto está em tentar
andamos em direção
ao abismo mais profundo
e talvez até voemos

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chuva na madrugada
parece um choro antigo
e eu sentado na calçada
molhado e sem abrigo
desconsolo-me até quando
não poder nada mais
e então vou caminhando
deixando mágoas para trás...

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os sete cavaleiros andam juntos
procurando infinitamente aventuras
sempre estão lado-à-lado
mas pois que não se encontram
por onde é que eles andam?
por terras quase que infinitas
o que estarão fazendo agora?
estão vivendo e ao mesmo tempo
vão morrendo como quase tudo
aos homens cabem olhá-los
e fazer disso sua felicidade ou não
quem poderá saber ao certo?
só que os pariu - o tempo...

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compreenda-se de uma vez por todas
a maior lição de todas as lições
algumas coisas são deveras egoístas
e andam com seus braços dados
quando caem acabam caindo juntas
é a simples força da gravidade agindo
a matemática é uma transcendência
como qualquer uma outra qualquer
mas o amor...
esse não... nada o impede... nada detém...
quando muitos os sonhos o acompanham
e outras vezes convida e a tristeza vem
e esta vem logo porque é apressada...

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profundamente
eu me calava em dias cinzas
desesperadamente
eu queria as nuvens lá de cima
apressadamente
esperava os sonhos que não vieram
tristemente
chutava pedrinhas e latas por aí
agonizantemente 
não espero repetir certas alegrias
e o destino continua dando suas cartas...

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