sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Presságio

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Sinto em mim uma tonteira,
um negócio estranho meio assim,
eu conto os dias feito umas moedas
do mendigo que quer comprar seu pão...

Nuvens escuras cobrem o céu,
as poucas aves que voam soturnas
parecem negras, parecem todas elas,
meu coração parece mais um palco vazio...

Espero às vezes coisas ruins,
que se escondem entre meus sonhos,
não há como se negar que tristeza e alegria
vivem todas embaralhadas num jogo qualquer...

Tudo agora me parece invertido,
como a pobre figura refletida num espelho,
espero um dia a ascensão para além das nuvens,
mesmo duvidando que isso poderá enfim acontecer...

O mal do nosso desgraçado século
é a mistura de todas as catástrofes numa só
e mesmo que os passarinhos caprichem no seu canto
faltam alguns ouvidos sinceros para poder escutar...

Não quero o mal de pessoa alguma, 
mas as decisões de cada um são as suas,
cavar a nossa cova é o nosso próprio ofício,
já o nosso epitáfio depende de quem o vai fazer...

Sinto em mim um presságio,
um negócio estranho meio assim,
eu conto os dias feito umas moedas
como quem vai morrer por culpa da paixão...

(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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