quarta-feira, 12 de junho de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 269

Tudo tem seu preço, sua medida exata, uma cobrança em cada passo dado. Viver é uma série de exigências, umas pequenas, outras nem tanto. Tudo cansa, até nosso respirar nos faz isso. O sol nos aquece, mas invade todo canto que deixamos ao seu alcance. As nuvens mais cedo ou mais tarde irão cair e esse é o que querem em suas quedas não tão suicidas. O sonho nos cobra a aflição que acabamos possuindo. E o amor? Dói sim... E daí?


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Hoje não tem canção, até quando ligamos o rádio, nos enganamos. As canções não estão no ar, nunca estiveram. Os barulhos desta cidade são bem outros, bem diferentes e quase nunca notamos. São os carros apressados, as fábricas e seus inúmeros escravizados, as torres de fumaça subindo pesadas e malvadas. Os passarinhos, até estes, estão cantando o que é obrigatório em sua agenda. Não há encanto, a vida é um quase pobre desencanto. Hoje só terá canção se buscarmos no fundo de nossas almas...


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- Você é muito triste!

- Não sei...

- É sim! Por que está sempre tão triste?

- Porque estou vivo e os vivos sempre são...

- Não encontra alegria no mundo?

- No mundo não. Só nos olhos dela...


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É um grande namoro do bem e do mal. Namoram sempre, de braços dados saem pelo mundo olhando coisas e seres. Nunca brigam, nunca discutem, estão loucamente apaixonados um pelo outro. Mas escondem sua paixão, bem escondido. Não querem escutar comentário algum acerca disso. Seu namoro é bem longo, namoram há muitos e muitos séculos. Seu amor é quase um incesto...


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Ele entrou admirado, mas com muito cuidado naquela loja de cristais. Seriam cristais mesmo? Se fossem apenas vidros, isso pouco importaria. Eram tão bonitos! E como aproveitavam dos raios de sol que vinha da rua. Não lhes importava os cheiros, os sons. Alguma fumaça ou poeira era insignificante. Queriam brilhar. Nesta hora, coisa admirável! Até os espelhos pareciam sorrir...


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De tanto falar, acabei escolhendo o silêncio. Que seja este bem triste com alguns toques de uma impaciência já morta por exaustão. No meio da madrugada sento em frente ao Pc enquanto o frio lá de fora tenta me ensinar lições que ainda não aprendi. Minha loucura está aposentada. Tomou para si o mínimo do mínimo do mínimo. Com toques de surrealidade, pois não?


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Nem sempre o final termina no fim. Muitas vezes o meio acaba sendo o destino de muitos destinos. Cansei-me de esperar com a espera. Um isqueiro de dois reais, por favor. Espero expressar a expressão perfeita. Nós acabamos tendo muitos nós. Um pacote de fumo também, pois não. Não quero que a morte me mortifique. Pois vou caminhando pelo caminho. E dois pacotes de papel também. Atravessar a travessia já é alguma coisa. Agora tem quase sol...

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