Lutas diárias entre o sim e o não
O bem e o mal entre muitos armistícios
A fábrica de invenções engole tudo
Enquanto sóis nada mais inventam
Os mendigos estendem seus chapéus
Ou ainda suas latas ou nuas mãos
Um tango triste invade o ar solene
Enquanto todos os cães são iguais...
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Todas as caras estão tortas
Até as tortas mais também estão
Todas as ruas ainda vivas mortas
E a própria morte tem exaustão
Ave Cesar! Nós que não vamos morrer
Não te saudaremos quase nunca!
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O menino teimoso teima sua teima
O amante real nunca corre do desamor
Os passarinhos cantam até o final
A bailarina dançou mesmo cansada
De silêncio enchem alguns certos gritos
Mesmo traindo há certos heróis do dia
O luto encoberta algumas compreensões
Uma dose pode ser apenas mais dose
O menino teimoso teima sua teima...
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Por que ir em terras tão longes?
A poesia não tem dedos para escolher...
A fama é apenas um detalhe notado...
Nunca existe piedade em um não...
A lógica de vez em quando se engasga...
O primeiro pingo de chuva molhou tudo...
O brilho da lâmina não é desculpa...
Até os caçadores têm certos medos...
Por que ir em terras tão longes?
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Me deixe brincar com as palavras
Algumas eu tiro do meu dicionário
Outras eu inventei quase agorinha
Me deixe dar sentido ao que não tem
Ou tirar o que existe sem precisar
Eu sou a linha e o nó simultâneos
O gosto que gostam ou ainda não
Todas as paralelas são tão tortas
Eu não queria beijá-la mas queria
Me deixe brincar com as palavras...
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O mesmo gesto, não, nunca!
Todas as marés só chegam uma vez...
Seu sorriso está lindo como sempre!
Pena que meu celular queimou...
Na pele só existem detalhes fúteis!
Todos os prédios também desabarão...
O óbvio acaba me enjoando tanto!
Minha excentricidade é gente boa...
O mesmo gesto, não, nunca!...
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O que há diante do espelho?
Toda indecisão que há no mundo
Caretas pobres feitas em segredo
E crimes planejados sem dolo...
O que há neste espelho?
A mesma frieza do vidros as almas
Que pouco ou nada percebem
Que todo é aos poucos consumido...
O que há atrás do espelho?
Talvez alguns sonhos tão perdidos
Que um dia serão tornados nuvens
E finalmente volte de onde vieram...
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