Tinha pressa...
De sentar no banco dos réus
E gargalhar até a leitura da sentença...
Tinha pressa...
De provar o novo remédio
Para ver se a nova doença chegaria...
Tinha pressa...
Para que o sinal logo fechasse
E a colisão com o carro fosse inevitável...
Tinha pressa...
Para ter estações invertidas
E algumas flores fossem colhidas antes...
Tinha pressa...
De parar de pensar logo de vez
Para sofrer um tanto menos qual muitos...
Tinha pressa...
De correr atrás de nada
Até que a ternura se extinguisse de vez...
Tinha pressa...
De ser mais um malvado
Mesmo que a sua natureza não o fosse...
Tinha pressa...
De apenas roubar no jogo
Sabendo ou não que é a mesma coisa...
Tinha pressa...
Mas apenas se esquecia
Que a morte é a mais apressada de todas...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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