domingo, 10 de março de 2024

Carliniana XXXV (Comum)

No bolso não tem nada,

Na alma, menos ainda...


Queria eu morrer da forma mais culta,

Conhecer toda e qualquer língua oculta,

Dormir e sonhar no seu colo de puta...


Meus dentes vão embora,

Esqueceram do adeus...


Esculpi seu nome aqui no meu braço,

Fiz um brinquedo deste meu cansaço,

Tive  fome e acabei comendo espaço...


Até esses meus fantasmas

Possuem medo de mim...


Toucas e solfejos são tão suficientes

Para andar sobre ares tão calientes

Enquanto as feridas são presentes...


Eis aqui o cheiro da terra,

O melhor de todos perfumes...


Quando faltar a luz soprem as velinhas

Se acabar a fala escrevam nas entrelinhas

Todas nossas tempestades estão vizinhas


Todo amor acaba insuficiente

Para preencher um coração...

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