No bolso não tem nada,
Na alma, menos ainda...
Queria eu morrer da forma mais culta,
Conhecer toda e qualquer língua oculta,
Dormir e sonhar no seu colo de puta...
Meus dentes vão embora,
Esqueceram do adeus...
Esculpi seu nome aqui no meu braço,
Fiz um brinquedo deste meu cansaço,
Tive fome e acabei comendo espaço...
Até esses meus fantasmas
Possuem medo de mim...
Toucas e solfejos são tão suficientes
Para andar sobre ares tão calientes
Enquanto as feridas são presentes...
Eis aqui o cheiro da terra,
O melhor de todos perfumes...
Quando faltar a luz soprem as velinhas
Se acabar a fala escrevam nas entrelinhas
Todas nossas tempestades estão vizinhas
Todo amor acaba insuficiente
Para preencher um coração...
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