Todo silêncio que grita
Alguns sons que são cúmplices
Minha cidade me desconhece
Mas eu pouco me importo
Existem tantos assim desse jeito
Invisíveis é o que somos
Faróis esquecidos no mar
Ela se transformou quase agora
E eu me transformei faz tempo
Minhas aventuras estão mortas
E meus sonhos são espinhos
Marimbondos não me atacam mais
As fogueiras estão apagadas
E este sol não me queima tanto
Príncipes e sapos no mesmo cordão
Escombros de inocentes histórias
Apanho conchinhas na praia deserta
Parecida com uma praça infinita
Meus dedos tremem pelo teclado
Enquanto a apatia devora os seres
Todo silêncio que grita agora
Neste farol de todas as nulidades
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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