Meu amor é o tal!
Trio elétrico movido à carvão
Folia na calada necrópole
Dormir até cair da cama...
Os lamas tibetanos dançaram frevo
Os gárgulas declamaram sonetos
E o churrasco grego veio caprichado...
Meu amor é o tal!
Paguei o programa com meus versos
Licantropo nas quatro luas
Eu estava quieto em meu ataúde...
A dama de vermelho vestiu azul
Tropecei em meus passos por eras
Teus pelos sempre me fascinaram...
Meu amor é o tal!
Nas vinte e cinco horas dos dias
Tento neologismos que funcionem
E algumas rezas excêntricas
Que irão para um enorme vazio...
O profeta gargalhou um talvez
E eu pedi todas as explicações cabíveis
Até que não suportei mais nada...
Meu amor é o tal!
O santo subiu da porta-bandeira
Não me deixou nenhuma recado
E olha que ainda não fechei os olhos...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário