sábado, 9 de março de 2024

Meu Amor É O Tal

Meu amor é o tal!

Trio elétrico movido à carvão

Folia na calada necrópole

Dormir até cair da cama...


Os lamas tibetanos dançaram frevo

Os gárgulas declamaram sonetos

E o churrasco grego veio caprichado...


Meu amor é o tal!

Paguei o programa com meus versos

Licantropo nas quatro luas

Eu estava quieto em meu ataúde...


A dama de vermelho vestiu azul

Tropecei em meus passos por eras

Teus pelos sempre me fascinaram...


Meu amor é o tal!

Nas vinte e cinco horas dos dias

Tento neologismos que funcionem

E algumas rezas excêntricas

Que irão para um enorme vazio...


O profeta gargalhou um talvez

E eu pedi todas as explicações cabíveis

Até que não suportei mais nada...


Meu amor é o tal!

O santo subiu da porta-bandeira

Não me deixou nenhuma recado

E olha que ainda não fechei os olhos...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...