sábado, 2 de março de 2024

Feito Em Cacos

À deriva

Não há mais velhos domingos em família

Em que a alegria dispensava motivos

E as lembranças são as mais importais

Loucura

Ser ou não ser não é questão alguma

A poeira de quem fez toda esta obra

Cabe numa caixinha velha de papelão

Estigma

Foge de minhas veias e escorre na pele

O sangue que antes não tinha nem visto

Tudo aquilo que precisamos nem notamos

Inversão

A puta um dia desses simplesmente não era

O som antes de invadir o ar era o silêncio

Todo o rio em sua rotina ainda é novidade

Destino

O controle remoto na mão do tolo é arma

Todo sonho antigo é mais um combustível

Assim como milhares de folhas espalhadas

Púrpura

Todas as cores são apenas mais uma cor só

Não sei se vou aos céus ou desço ao abismo

Até a lógica tem sua mágica para nos mostrar

Fascínio

O chão feito de caquinhos está todo molhado

Os pés das crianças brincam sobre o espaço

E a minha infinitude fica mais emocionada

Navegando...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Insalubre (Miniconto)

Insalubre era a casa dela (se é que podia ser chamada de sua ou ser chamada de casa). Qualquer favela tem coisa bem melhor. Sem porta, sem j...