Só um canto sairá de sua boca,
Somente um, todo de monossílabos...
Os seus olhos não verão nada,
Ou imagem embaçada no espelho...
Os seus dias serão tão iguais,
Insípidos, inodoros, incolores,
Entretanto, prenhes de puro medo...
O ontem foi apenas fracasso,
O hoje, apenas uma mentira,
O amanhã será mais um pesadelo...
As pernas (sempre lindas) ficarão presas
E o caminho nada mais significará...
Você mal sabe qual é o seu nome,
Mas desconhece se é anjo ou demônio...
Só um canto, apenas mais um,
Como muitos que existem por aí...
Talvez encontrará um coro, talvez não...
Ou teria sido apenas um gemido?...
(Extraído da obra "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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