É o que somos
Mesmo quando impedidos
De falar isso publicamente
Comemos bichos
Comemos plantas
Comemos pedras
(Essas em maior quantidade)
É que fomos
Sem percebemos isso nunca
A nossa voracidade doentia
Que nos atiça
Que nos machuca
Que nos abala
(Como o chão num terremoto)
É o que seremos
Mesmo cegos de nossa maldade
Mesmo idiotas de carteira assinada
Não temos culpa
Não temos tempo
Não temos espaço
(Aí a terra que nos vai comer...)
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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