quinta-feira, 11 de março de 2021

Um Ar Pesado


Um ar pesado...

Onde andorinhas se escondem

Até de pedras não atiradas...

E os sonhos dormem em cavernas

Para que os soldados

Não possam vê-los...

Calçadas cheias e corações vazios...

De quantos trapos precisaremos

Para não esconder mais nossa nudez?

Os senhores da vida se desentendem

Enquanto a morte bate cartão de ponto...

Uns constroem castelos

enquanto outros os derrubam

O que faço eu?

Em meu canto solitário

Tento balbuciar algumas verdades

Mas a verdade é o mais amargo dos remédios...

Há tantos rumores por aí...

Novos pesadelos serão lançados no mercado

E com grande aceitação do público...

Esqueçam de uma vez o velho

Tantos erros como acertos...

É o novo caos e o quinto naipe...

É a inversão completa

De qualquer esperança 

Que um dia existiu...

O veneno já está pronto

Vamos servi-lo no café da manhã...

As ilusões preparadas

Para poder então nos engolir

Da melhor forma possível...

A munição não acabou

Na verdade ela nunca existiu...

Uma nova frenesi

Nos obriga em dançar

Até a mais completa exaustão...

O mascate veio nos vender

A nossa mais falsa redenção...

Um ar pesado...

Onde os pombos comem

As migalhas de nossa tristeza...

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