Chega! Às vezes o próprio cansaço
acaba superando a minha dor
e encosto a cabeça no travesseiro
e acabo dormindo...
Agora, nesse exato momento,
tranco a porta do meu quarto
para que ela não possa entrar...
Fique aí do lado de fora, fantasia,
se tiveres um pouco de paciência,
coisa que eu não tenho mais...
Os sonhos estão espalhados
pelo resto da casa,
pode ficar brincando com eles...
Use-os como brinquedos novos
que ainda não saíram da embalagem...
Amor, não adianta tentar entrar,
a minha janela está fechada,
eu a fechei exatamente com medo
de que esperança viesse me tirar o sossego...
Chega! São várias noites insones
lembrando inutilmente de histórias bonitas
que nunca mais voltarão...
São várias dores que incomodam
e nem sei mais porque acontecem...
Apenas as cicatrizes continuam
servindo de enigmas que não sei decifrar...
O poeta está sem poema dessa vez...
Deixa eu descansar um pouco,
só um pouquinho mesmo,
acompanhado da triste amiga solidão...
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