Abro a janela e vejo
Como castigo aquele sol
É tão bonito! Mas tão cruel!...
Por que usas tua beleza
Para um dia só de maldades?
Por que iluminas esses exércitos
Que matarão inocentes?
Por que fazes brilhar de uma vez
Tantos metais sem compaixão?
Por que? Por que?...
Abro a janela e vejo
Com desconfiança aquele sol
É tão bonito! Mas tão debochado!...
Por que ris das imensas filas
Onde se amontoam miseráveis?
Por que esse semblante alegre
Quando são feitos os funerais?
Por que tantas vezes maltrata as terras
Matando plantas e gente também?
Por que? Por que?
Abro a janela e vejo
Como tristeza aquele sol
É tão bonito! Mas tão indiferente!...
Por que invades o meu quintal
Se nele não depositas nenhuma alegria?
Por que enches o meu peito
E nele quando partes só há saudade?
Por que tens tanta pressa
E sempre a escuridão toma teu lugar?
Por que? Por que?
Abro a janela e vejo
Como castigo aquele sol
É tão bonito! Mas tão impossível!...
Por que não mais me sorris
Como os que minha mãe desenhava?
Por que não me levas de volta
Atendendo meus pobres pedidos?
Por que não sabes responder para mim
Outra resposta que não seja não?
Por que? Por que?
Sol, tem vez vezes que quase te detesto...
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