Eu ainda posso escutar "Roam" do b - 52s
enquanto bebo o café frio do que sobrou
destas minhas sombrias manhãs de muito sol...
Coloco todas as reticências possíveis
como quem anseia por mais um cigarro...
Sim e não e talvez tudo ao mesmo tempo...
Um soco na cara da velha gramática
e um adeus sem gestos e ir por aí...
Esqueci minhas asas num banco de jardim
e agora talvez seja tarde demais...
A sorte nunca foi lançada por não existir...
Faço um looping de sons como quem delira...
O que eu tenho?
Talvez alguma maldição que me satisfaça
aos poucos como quem agoniza...
Não esperava nenhum começo
e certamente nunca saberei como foi o fim...
Muitos são os lances
como num jogo de xadrez ou pular amarelinha...
O meu carrasco ri de forma contínua
mas mesmo assim não me fará mais chorar...
Alguns sonhos são apenas flashs
de um lapso da memória fraquejando...
Apenas algumas pérolas e ventos
alguns poucos e outros até demais...
Queria que aqueles teus olhos
me olhassem na escuridão do quarto
e palavras comum possuíssem outro sentido...
O risco não é quase nada
pois amanheço louco todas as manhãs
querendo quebrar todos os vidros
e uivei para a lua que já passou...
"Legal Tender" também lembra outras eras
em que desconhecer certo ou errado
era a lei mais comum de todas...
Meus óculos agora possuem armações
que estão meio tortas
e vejo uma partida breve ou não...
Gostaria de beijar a tua boca
mesmo que fosse o maior de todos os erros...
(Extraído do livro "Insano de autoria de Carlinhos de Almeida).
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