quarta-feira, 3 de março de 2021

Minha Rua


Minha rua é dessas comuns

onde as guerras são sem soldados

 e traumas psicanalíticos

passam desapercebidos

Onde pombos e rolinhas

fazem seus coros silenciosos

donos que são de algum céu

Minha rua dorme e acorda

com o sono comum dos insones

Por ela passam fantasmas 

alguns noturnos e outros nem tanto

Meus pés cansados a percorrem

com alguns sonhos fatídicos 

num peito quase cansado

Eu que o diga!

Nela está a casa desse fugitivo

que usa uma máscara

não com medo da morte

(isso já perdi lá atrás)

(aliás, estou vivo?)

E os cães vadios

que esperam o Apocalipse

enquanto se lambem

Ah! Também possuem gatos

os mais sensatos dos sábios

que aproveitam ao se deitar 

sob o sol o tempo que é fugaz

Essa é a minha rua meu amor

onde não passarás

até que as estrelas morram...

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