numa rotina cega sem tempo de pensar
sons muitos e mais até alguns
nesse meu quase medo de voar
Esgana-me até o nosso final
todas as formas são formas de matar
eu quero o meu cortejo pelas ruas
em que só eu possa me deitar
Não faço mais questão de nada
já se passou o tempo que podia desejar
meu desejo já se cansou sem sucesso
agora não há mais tempo de descansar
Fareja-me sua cadela sarnenta
qualquer lugar é comigo qualquer lugar
pode ser lá no alto do Everest
ou nas Marianas no fundo do mar
Minha geladeira cheia de vazios
as pontas de cigarros no chão sem eu limpar
eu só queria de volta o que já tive
e o que o destino malvado veio me tirar
As mãos me tremem por meus vícios
como o bebum pela primeira do dia
É mais um filho sem pai procurando DNA
é mais uma casa no beco procurando alegria
na promoção da semana litrões mais baratos
a maconha que o parsa lhe trouxe de boa
É só um deboche pelas coisas que não vai
que nunca entenderá nem em mais mil anos
pois o vazio da alma supera todos os outros
os idiotas geralmente nunca têm medo
Devora-me ou eu te decifro
acabo de vez com essa marra toda...
(Extraído da obra "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário