sexta-feira, 5 de março de 2021

Marca

Estrada de terra ornada de sol

aves azuis sem brio algum andando

Por onde anda minha impossibilidade?

Talvez num canto esperando a morte

mas a morte nunca chega em socorro...

Meus pés feridos quase gritam

mas estou surdo para qualquer dor

Será por que trouxe aquele amuleto?

Tenho me tornado meio sonolento

de tão acostumado com o desespero...

Tenho feito milhares de promessas

sabendo não poder cumprir uma sequer

Ainda tenho alguma esperança guardada?

Código de barras código de honra

pois agora é apenas um tanto faz...

Todos os soldados em fileiras

sem nenhum país para defender

Para quem faremos essa libação?

Nossa inocência acabou desfalecendo

entre os versos mais banais possíveis...

Eu arquiteto os planos mais inocentes

que afinal nunca darão certo

Quando faremos um coro de miseráveis?

Talvez meu sangue cairá  pelo chão

e nasça uma dessas rosas vadias...

Não faço mais questão de fazer questão

esmeraldas agora só são pedras verdes

Existe alguma diferença entre o que existe?

O tempo tem bom apetite e devora tudo

até a felicidade vai para sua mesa...

Fora os meus pés que estão feridos

ainda carrego comigo muitas marcas

Quem lembra delas senão eu?

O menino anda cabisbaixo pelo caminho

com a ferida de um amor impossível...

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