Estrada de terra ornada de sol
aves azuis sem brio algum andando
Por onde anda minha impossibilidade?
Talvez num canto esperando a morte
mas a morte nunca chega em socorro...
Meus pés feridos quase gritam
mas estou surdo para qualquer dor
Será por que trouxe aquele amuleto?
Tenho me tornado meio sonolento
de tão acostumado com o desespero...
Tenho feito milhares de promessas
sabendo não poder cumprir uma sequer
Ainda tenho alguma esperança guardada?
Código de barras código de honra
pois agora é apenas um tanto faz...
Todos os soldados em fileiras
sem nenhum país para defender
Para quem faremos essa libação?
Nossa inocência acabou desfalecendo
entre os versos mais banais possíveis...
Eu arquiteto os planos mais inocentes
que afinal nunca darão certo
Quando faremos um coro de miseráveis?
Talvez meu sangue cairá pelo chão
e nasça uma dessas rosas vadias...
Não faço mais questão de fazer questão
esmeraldas agora só são pedras verdes
Existe alguma diferença entre o que existe?
O tempo tem bom apetite e devora tudo
até a felicidade vai para sua mesa...
Fora os meus pés que estão feridos
ainda carrego comigo muitas marcas
Quem lembra delas senão eu?
O menino anda cabisbaixo pelo caminho
com a ferida de um amor impossível...
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