Eu que sou essa breve mistura...
Um rio que corre para o mar
Sem medir margens
No afã dos dias que irão terminar
Por onde passo vejo tudo à minha volta
E tenho história pro final contar
Virarei um dia água com espuma
Água que agora desconheço
Um azul risonho de meninos brincando
Na minha beira com conchinhas
Ou pesadelo profundo
De náufragos pelas noites
Mais de mil mortes...
Um pássaro que corta o ar vadio
Danço entre as nuvens
Vou rindo e rindo de todas as chuvas
Não há altura que não conheça
Sei de todos os fatos da cidade
Os gritos por todos ouvidos
Ou segredos mais inconfessáveis
Por enquanto cato minhas migalhas
Encho de canto qualquer arvoredo
Fugindo sempre do tiro do caçador
Até não evitar mais o inevitável
Então saltar pela última vez ao chão...
Eu que sou essa breve mistura...
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