Esperar em cada dia
Mais a vida se escoando
Feito uma vasilha furada
Novos se tornando velhos
Velhos se tornando nada
Assim seja...
Perder todo seu sono
Vagando pela noite escura
A lâmpada está apagada
Os mosquitos zumbindo
A nova manhã desejada
Assim seja...
O nosso estômago vazio
Os dentes quase todos caídos
Toda beleza já está enfeada
Essa história já é conhecida
A farsa já está encenada
Assim seja...
Vamos ficar de cabeça baixa
Rezar contritos nossas ilusões
Vergonha da roupa esfarrapada
Ficamos esperando a alegria
A carta já está marcada
Assim seja...
É hora de nos embriagarmos
Até que embotem nossos sentidos
E a mente fique só atordoada
Vamos rir sem motivo algum
Da forma mais desesperada
Assim seja...
É cordeiro comendo cordeiro
Numa simples inversão natural
A arma agora está disparada
O vinho se transformou em água
A maravilha foi desprezada
Assim seja...
Assim seja...
(Extraído do livro "Só Malditos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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